Como é feito o substrato vendido por grandes empresas e suas proporções
O substrato vendido por grandes empresas refere-se, em geral, ao meio de cultivo utilizado na produção de mudas de plantas, hortaliças, flores e outras culturas agrícolas. Ele é uma mistura preparada industrialmente para substituir ou complementar o solo natural, fornecendo suporte físico, nutrientes, aeração e retenção de água adequados para o crescimento das plantas. No Brasil, empresas como MecPlant, Vida Verde, Pindstrup e outras produzem esses substratos em larga escala, utilizando principalmente materiais orgânicos, minerais e, em alguns casos, sintéticos. A seguir, explico o processo de fabricação de forma geral, baseado em práticas comuns descritas em fontes técnicas e industriais.
Materiais Principais UtilizadosAs grandes empresas utilizam uma combinação de matérias-primas renováveis e processadas para formular substratos homogêneos e de alta qualidade. No Brasil, os principais incluem:
- Materiais orgânicos: Cascas de árvores (como pinus, eucalipto e acácia), fibra de coco, casca de arroz carbonizada, folhas de carnaúba, resíduos de frutas e composto orgânico (de resíduos vegetais, industriais ou animais, como esterco bovino curtido ou húmus de minhoca). Esses materiais são abundantes em regiões como o Sul e Sudeste do país.
- Materiais minerais: Vermiculita (mineral expandido termicamente para leveza e retenção de água), perlita (rocha vulcânica processada), calcário dolomítico (para correção de pH), gesso agrícola e pó de rocha (fonte de fósforo e potássio).
- Materiais sintéticos (menos comuns em formulações orgânicas): Espuma fenólica ou flocos de poliestireno, usados para melhorar a drenagem e aeração, mas com restrições ambientais em alguns casos.
- Coleta e Preparação Inicial das Matérias-Primas:
- As cascas de árvores (principalmente pinus, um subproduto da indústria de papel e celulose) são coletadas e deixadas em repouso por cerca de 2 meses para perder umidade e iniciar a decomposição natural. Outros materiais, como fibra de coco ou casca de arroz, são triturados (moídos) para uniformizar o tamanho das partículas.
- Materiais minerais como vermiculita e perlita passam por tratamento térmico industrial: são aquecidos a altas temperaturas (até 1.000°C) para expandir e melhorar suas propriedades de leveza e retenção de água.
- Compostagem e Fermentação:
- Os materiais orgânicos são compostados em pilhas controladas por pelo menos 3 meses. Adicionam-se nutrientes (como nitrogênio) para acelerar o processo, e a mistura é aerada regularmente para manter condições aeróbicas. A temperatura chega a 60-70°C, o que elimina fenóis, taninos tóxicos, patógenos, pragas e sementes de ervas daninhas.
- Em alguns casos, usa-se fermentação anaeróbica (como no Bokashi) ou solarização (exposição ao sol para desinfecção).
- Peneiramento e Classificação:
- Após a compostagem, o material é peneirado mecanicamente para separar por granulometria (tamanho das partículas). Por exemplo, substratos finos para mudas de tabaco ou hortaliças, e mais grossos para árvores frutíferas ou suculentas.
- Mistura e Formulação:
- Os componentes são misturados em proporções específicas em equipamentos industriais (misturadores rotativos ou automáticos). Adicionam-se fertilizantes (NPK, micronutrientes), corretivos de pH (como calcário) e, se necessário, aditivos para melhorar a estrutura (ex.: carvão vegetal triturado).
- Formulações variam por cultura: por exemplo, um substrato para alface pode incluir 50% de fibra de coco compostada com esterco, 35% de vermiculita fina e 10% de Bokashi anaeróbico.
- Esterilização e Controle de Qualidade:
- O substrato passa por pasteurização (aquecimento a vapor) ou fumigação para eliminar resíduos biológicos restantes. São testados parâmetros físicos (densidade, porosidade, retenção de água), químicos (pH entre 5,5-6,5, salinidade baixa, razão C/N) e biológicos (ausência de contaminantes).
- Empresas realizam análises laboratoriais para garantir homogeneidade e estabilidade, atendendo normas como as da ABNT ou Embrapa, embora haja pouca legislação específica no Brasil.
- Embalagem e Distribuição:
- O produto final é embalado automaticamente em sacos (de 5 a 50 kg) ou slabs (placas para hidroponia) e armazenado em condições controladas. Grandes empresas planejam a produção com 6 meses de antecedência para atender demandas sazonais, distribuindo para todo o país com suporte técnico.
E qual a proporção? Quanto tempo esses substratos duram quando é plantado algo neles, já que aparentemente são formado a partir de matéria orgânica:
As proporções de materiais nos substratos comerciais variam conforme o tipo de planta, o objetivo do cultivo (ex.: mudas, hortaliças, flores ou hidroponia) e a região, mas geralmente seguem fórmulas equilibradas para garantir aeração, retenção de água, drenagem e nutrientes. No Brasil, empresas como a Embrapa e produtores comerciais recomendam misturas baseadas em testes, priorizando materiais orgânicos sustentáveis. Aqui vão exemplos típicos extraídos de fontes técnicas:- Para uso geral (FertiHorta 1): 50% de fibra de coco verde triturada e lavada, compostada com esterco de aves (na proporção interna de 3:1), 40% de areia lavada ou vermiculita e 10% de húmus de minhoca ou composto de farelos.
- Para uso geral (FertiHorta 2): 50% de composto orgânico (esterco de aves + restos vegetais + termofosfato, com esterco na proporção 3:1), 50% de vermiculita e 10% de húmus de minhoca.
- Para alface: 50% de mistura compostada por 90 dias (fibra de coco + cama de matriz de aviário + termofosfato magnesiano), 35% de vermiculita fina, 10% de composto de farelos (como bokashi anaeróbico) e 5% de cinzas de madeira.
- Para pimentão: 50% de fibra de coco verde compostada com cama de aviário (proporção 3:1 em volume, mais 50 g/L de rocha moída), 40% de vermiculita, 5% de húmus de minhoca e 5% de composto de farelos (bokashi).
Essas proporções são em volume (v/v) e podem ser ajustadas, mas o foco é em 40-60% de materiais orgânicos porosos (como fibra de coco ou casca de pinus) para estrutura, 20-40% de minerais (vermiculita ou perlita) para drenagem e 5-15% de aditivos nutritivos. Em misturas simples, como para mudas genéricas, é comum 1:1:2 (solo : areia : casca de arroz carbonizada).Quanto à durabilidade, os substratos orgânicos degradam com o tempo devido à decomposição da matéria orgânica por microrganismos, umidade, oxigênio e atividade radicular das plantas. Não há uma "validade" fixa como em produtos embalados, mas eles perdem estrutura (ficam compactos, com menos porosidade), aumentam a salinidade ou alteram o pH, o que pode prejudicar o crescimento. Fatores que aceleram a degradação incluem rega excessiva, falta de ventilação, alta umidade e tipo de material (ex.: fibra de coco se decompõe mais rápido que casca de pinus). Sinais de que precisa trocar: folhas amareladas, raízes apodrecidas, substrato virando "pó" ou retendo água demais.Em cultivos, a duração típica varia:- Para plantas anuais ou hortaliças (como alface ou tomate): 3-6 meses por ciclo, sendo substituídos a cada colheita para evitar pragas e esgotamento de nutrientes.
- Para perenes em vasos (como orquídeas ou plantas ornamentais): 1-3 anos, dependendo do material. Exemplos:
- Musgo esfagno nacional: 1,5-2 anos.
- Musgo esfagno chileno: 2-2,5 anos.
- Casca de macadâmia (misturada com carvão ou coco): 2-3 anos.
- Casca de pinus: 3-3,5 anos.
- Materiais inertes (como perlita ou pedra britada): praticamente eternos (até 15 anos em hidroponia), mas misturados com orgânicos, seguem a degradação dos componentes orgânicos.
Para prolongar a vida útil, adube regularmente (orgânico a cada 6 meses, químico a cada 3), afofe o substrato e evite compactação. Em produções comerciais, muitos trocam anualmente para manter a produtividade.
As proporções de materiais nos substratos comerciais variam conforme o tipo de planta, o objetivo do cultivo (ex.: mudas, hortaliças, flores ou hidroponia) e a região, mas geralmente seguem fórmulas equilibradas para garantir aeração, retenção de água, drenagem e nutrientes. No Brasil, empresas como a Embrapa e produtores comerciais recomendam misturas baseadas em testes, priorizando materiais orgânicos sustentáveis. Aqui vão exemplos típicos extraídos de fontes técnicas:
- Para uso geral (FertiHorta 1): 50% de fibra de coco verde triturada e lavada, compostada com esterco de aves (na proporção interna de 3:1), 40% de areia lavada ou vermiculita e 10% de húmus de minhoca ou composto de farelos.
- Para uso geral (FertiHorta 2): 50% de composto orgânico (esterco de aves + restos vegetais + termofosfato, com esterco na proporção 3:1), 50% de vermiculita e 10% de húmus de minhoca.
- Para alface: 50% de mistura compostada por 90 dias (fibra de coco + cama de matriz de aviário + termofosfato magnesiano), 35% de vermiculita fina, 10% de composto de farelos (como bokashi anaeróbico) e 5% de cinzas de madeira.
- Para pimentão: 50% de fibra de coco verde compostada com cama de aviário (proporção 3:1 em volume, mais 50 g/L de rocha moída), 40% de vermiculita, 5% de húmus de minhoca e 5% de composto de farelos (bokashi).
- Para plantas anuais ou hortaliças (como alface ou tomate): 3-6 meses por ciclo, sendo substituídos a cada colheita para evitar pragas e esgotamento de nutrientes.
- Para perenes em vasos (como orquídeas ou plantas ornamentais): 1-3 anos, dependendo do material. Exemplos:
- Musgo esfagno nacional: 1,5-2 anos.
- Musgo esfagno chileno: 2-2,5 anos.
- Casca de macadâmia (misturada com carvão ou coco): 2-3 anos.
- Casca de pinus: 3-3,5 anos.
- Materiais inertes (como perlita ou pedra britada): praticamente eternos (até 15 anos em hidroponia), mas misturados com orgânicos, seguem a degradação dos componentes orgânicos.

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