Como plantar mirtilo(blueberry) em casca de arroz


 Plantar mirtilo em casca de arroz é uma alternativa interessante, pois o mirtilo prefere substratos ácidos, bem drenados e ricos em matéria orgânica. Aqui está o passo a passo:

1. Escolha das mudas

  • Prefira mudas de mirtilo já enraizadas, pois a germinação a partir das sementes pode ser demorada e imprevisível.

2. Preparação do substrato

  • Use casca de arroz carbonizada em vez de crua, pois a carbonizada tem melhor drenagem e menor risco de fungos.
  • Misture casca de arroz carbonizada (70%) com turfa ou húmus de minhoca (30%) para fornecer nutrientes.
  • Adicione enxofre em pó ou casca de pinus para manter a acidez ideal do solo (pH entre 4,5 e 5,5).

3. Plantio

  • Em vasos: Escolha um vaso grande (mínimo 20L) e fure o fundo para drenagem.
  • No solo: Se for plantar direto, faça uma cova e preencha com o substrato preparado.
  • Plante a muda no centro, cobrindo bem as raízes sem compactar demais.

4. Rega e manutenção

  • O substrato deve ficar úmido, mas nunca encharcado.
  • Regue de 2 a 3 vezes por semana, dependendo do clima.
  • Adube com matéria orgânica e fertilizantes ricos em ferro e enxofre.

5. Exposição solar

  • O mirtilo precisa de pelo menos 6 horas de sol por dia para crescer saudável e frutificar bem.

Com esse método, o mirtilo pode crescer bem e produzir frutos em alguns anos.


Como que o adubo e o enxofre não vai vazar tudo pela casca de arroz?


A casca de arroz carbonizada é bem drenante, mas não significa que tudo vá vazar. O segredo está na retenção de nutrientes e no equilíbrio do substrato. Aqui estão alguns fatores que evitam a perda excessiva de adubo e enxofre:

1. Mistura com outros materiais

  • Se usar somente casca de arroz, os nutrientes realmente escoam rápido. Por isso, misture com turfa, húmus de minhoca ou composto orgânico. Esses materiais ajudam a reter umidade e nutrientes.
  • Fibra de coco também pode ser adicionada para melhorar a retenção de água e nutrientes.

2. Uso de adubos de liberação lenta

  • Adubos orgânicos como farinha de osso, torta de mamona ou esterco curtido liberam nutrientes aos poucos.
  • O enxofre em pó também se dissolve devagar, mantendo o solo ácido por mais tempo.

3. Camadas no plantio

  • Colocar uma camada de matéria orgânica no fundo (tipo folhas secas ou húmus) evita que a água leve tudo embora.
  • O uso de mulch (folhas secas, palha ou até mais casca de arroz) na superfície reduz a evaporação e a perda de nutrientes.

4. Reposição gradual

  • Como a casca de arroz não retém tanto adubo, é preciso repor os nutrientes com mais frequência, mas em pequenas doses.
  • O ideal é fazer adubações quinzenais ou mensais, dependendo do crescimento da planta.

Se seguir essas estratégias, o mirtilo vai conseguir absorver bem os nutrientes sem que eles vazem rápido demais.


A fibra de coco retém os adubos pode usar no lugar da turfa?

Sim, a fibra de coco pode substituir a turfa em muitos casos, mas com algumas diferenças:

Vantagens da fibra de coco

Boa retenção de umidade – mantém o substrato úmido por mais tempo.
Drenagem equilibrada – não encharca, evitando apodrecimento das raízes.
Mais sustentável – a turfa é retirada de áreas naturais e demora séculos para se formar, enquanto a fibra de coco é um subproduto da indústria.
pH levemente ácido (5,5 a 6,5) – próximo do ideal para o mirtilo, mas pode precisar de ajuste.

Desvantagens e cuidados

⚠️ Menor retenção de nutrientes – diferente da turfa, a fibra de coco não segura tanto os adubos, então pode ser necessário adubar com mais frequência.
⚠️ Pode conter sais minerais – se for fibra de coco nova, pode ter excesso de sódio. É bom lavar e deixar de molho antes de usar.
⚠️ Precisa de matéria orgânica extra – misturar com húmus de minhoca, esterco curtido ou composto ajuda a melhorar a fertilidade.

Conclusão

Sim, dá para usar fibra de coco no lugar da turfa para plantar mirtilo, mas o ideal é misturar com outros materiais que segurem nutrientes, como húmus de minhoca ou esterco bem curtido. Também é bom acidificar um pouco mais o solo (com enxofre, casca de pinus ou pó de turfa) para compensar o pH da fibra de coco.

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